quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eri Johnson Ator volta a Niterói em temporada longa no Teatro Abel

A peça é uma comédia escrita pelo próprio ator, com a intenção de pintar e bordar com o público através de interatividade. Espetáculo mistura histórias reais e fictícias

No ano de 1997, a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro desfilou com o enredo De poeta, carnavalesco e louco... todo mundo tem um pouco. Mal sabia o carnavalesco Mário Borriello que faria também uma homenagem a um salgueirense de coração. Sentimento de poeta, alegria de carnaval e devaneios de louco. Assim é Eri Johnson, o salgueirense, vascaíno, que adora praia e está sempre com um sorriso no rosto.
Esse ator que exala felicidade está na cidade nos próximos finais de semana. Os niteroienses podem se preparar para dar boas risadas, pois, depois de uma temporada nacional de grande sucesso, o espetáculo Eri Pinta Johnson Borda retorna ao palco do Teatro Abel em Niterói amanhã, sábado e domingo e 02, 03 e 04 de setembro.
A peça é uma comédia escrita pelo próprio ator, com a intenção de pintar e bordar com o seu público, através de uma completa interatividade entre todos. O espetáculo mistura histórias reais com fictícias de uma forma muito engraçada.
São 50 anos de vida e 30 de profissão. A experiência é grande, assim como o talento, mas o que não falta é ânimo para a estreia em Niterói.  
“A ansiedade está cada vez maior. Parece que estou começando sempre. Estou há dois anos e meio com essa peça, mas vou estrear na sexta em Niterói e sinto a mesma preocupação. É uma responsabilidade. Sei que terá gente na plateia que já assistiu ao espetáculo e tem que gostar mais agora, e quem não assistiu tem que gostar muito a ponto de querer voltar”, conta.
Antes de entrar em cartaz, o ator Eri Johnson fala sobre a peça, seu trabalho na novela Fina Estampa e sobre a carreira de ator.

Além do trabalho como ator, você também escreveu a peça. Como é o trabalho de escrever e atuar?

Na verdade, eu escrevi Eri Pinta Johnson Borda muito devagarzinho. Eu tinha algumas histórias e fui misturando realidade e ficção. Algumas piadas que me contavam eu transformei em encenações. Não posso ser considerado aquele tipo de autor que sempre escreve uma peça de teatro. Fui escrevendo aos poucos. A minha ideia inicial era escrever um texto com início, meio e fim, com várias situações diferenciadas. Um espetáculo no qual eu pudesse fazer vários personagens, tivesse espaço para um número de plateia, no qual eu pudesse fazer vários personagens em situações diferentes. E nós conseguimos.
Como é o espetáculo?
O Eri Pinta Johnson Borda é uma comédia. Uma comédia durante a qual eu conto algumas coisas da minha carreira, como eu comecei, por exemplo, fazendo o Lulu, que era um gay, personagem da novela Barriga de Aluguel. Passo por vários personagens. Tem um gago que se inscreve numa empresa muito séria em busca de um emprego. Chega o dia da entrevista e ele vai ficando cada vez mais gago por conta do nervosismo. Passo por um número de plateia, no qual o público fica apavorado. Desço e faço umas entrevistas, mas nada muito grave. Acaba alguém participando e até gostando. No final, sai famoso do teatro. Tem várias situações. Tem um momento de emoção em que eu converso com Deus.
Tem também uma homenagem ao rei Roberto Carlos. Na boa, tem de tudo. Tem os dois bêbados que se encontram e resolvem ir a uma casa de prostituição. Enfim, são várias coisas que fazem o público realmente curtir essa peça.
Qual é a reação do público nesse tipo de espetáculo com mais interação?
Na verdade, a interatividade total começa com uns 40 minutos de peça, mas até então estou contanto histórias e o público está participando. Fica naquela coisa: “Será que isso é ficção? Será que é realidade?”. Eu sempre deixo uma dúvida no ar. Depois, o público fica íntimo do espetáculo. Acho que saem de casa pensando: “Vou assistir a uma peça do Eri Jonhson. É óbvio que vai ser engraçado, é óbvio que eu vou me emocionar”. Mas não para por aí. Tem um jogo de luz muito bonito, a gente usa um cenário com bastante efeito, é muito legal. Tem um cuidado com a produção, tem um cuidado com o figurino, tem a trilha sonora da premiadíssima Túnica. O espetáculo é muito bonito, o espectador vai sentar, curtir, rir muito, se emocionar e sair de lá feliz por ter assistido a um espetáculo que, para mim, é completo.
De todos os personagens que interpreta, qual você mais se identifica? Por quê?
Na verdade, eu gosto de todos. Os dois bêbados eu acho muito legal, acho bacana o diálogo dos dois. Interpretar dois bêbados e o público vê-los para mim é o maior desafio. Não tem um que eu mais goste.
Gosto muito do gaguinho, o público fica com pena dele e eu também vou ficando. Enfim, eu gosto muito de fazer a peça. Faço com o maior prazer.
O Eri Johnson pinta e borda?
Quando deixam e quando eu tenho oportunidade, com certeza.
Já se apresentou em Niterói algumas vezes. O que acha da cidade e do público daqui?
É o meu 21º ano de Teatro Abel. Eu gosto muito de Niterói. Geralmente, quando eu faço teatro em Niterói, costumo não voltar para o Rio, fico sexta, sábado e domingo. Eu gosto da cidade, gosto das praias, gosto das pessoas, me identifico muito com essa terra. É um pedaço do Rio de Janeiro, só tem a ponte que diferencia. Tem uma coisa gostosa, é aconchegante. E o público daí me recebe como se eu fosse da cidade. Esse final de semana, por exemplo, estarei em Camboinhas, faça sol ou chuva. No outro final de semana, também estarei lá. Mas é claro que também irei a Itacoatiara, São Francisco. Eu rodo. Em Niterói, estou em casa. 
Além do teatro, você está com um trabalho na TV. Como é o papel em Fina Estampa?
A gente sabe muito pouco no começo de novela. A novela se chama Fina Estampa porque na verdade ninguém é o que parece ser. O que eu sei é que o Gigante finge, ele vive na praia. Mas é um cara casado, trabalha no mercado financeiro, ninguém sabe, mas depois vão descobrir. É muito legal, estou adorando.
Qual é a expectativa para esse trabalho?
Para mim, é como um campeonato de futebol. Você tem que ser artilheiro ou o goleiro menos vazado, tem que se destacar. Novela comigo é assim. Começou, a gente vai devagar. Por enquanto, o Gigante é um anão, mas ele cresce.
Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas desde que decidiu ser ator?
Existe dificuldade para sempre. A maior dificuldade é você tentar se superar a cada espetáculo, é estar o tempo todo atento para tentar se superar. 

Há quem diga que se tivesse investido, você seria um grande jogador de futebol. Por que o teatro falou mais alto?

É verdade, há quem diga (risos). O teatro sempre falou mais alto. O teatro é tão generoso que possibilita a gente ter vocação para outras coisas, como foi o caso do futebol. Os canhotos geralmente são habilidosos. Eu continuo jogando futebol, só que nunca joguei profissionalmente. Para mim, está bom. Eu amo ser ator.
O que ser ator representa para você?
Representa tudo, respiração, alegria. Quando eu estou no palco me sinto mais próximo de Deus. Ser ator é diferente, é uma emoção muito bonita, muito gostosa, é uma troca de energia incrível, é o reconhecimento nas ruas. É muito bom ser ator.
Seus personagens sempre bem-humorados, nos fazem criar na imaginação quem é o Eri. É assim mesmo, sempre com sorriso no rosto?
Não sou 100% alegria, mas posso exageradamente falar que sou 98%. Tenho família, amigos, saúde e trabalho naquilo que eu amo. Seria injusto eu manter uma tristeza do meu lado, se Deus me deu tanta coisa para ser feliz.

Fonte: O FLUMINENSE 
http://jornal.ofluminense.com.br/ 

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