sábado, 12 de maio de 2012

POLÍCIA AUTORIZOU FESTA RAVE SÓ PARA PRENDER TRAFICANTE DE ECSTASY.




O delegado Carlos Augusto Nogueira, da 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, afirmou que permitiu a realização de festas rave para continuar investigando todos os passos de Carlos Domingos Moreira Passo Júnior, o Carlão, 36 anos. Carlão é considerado pelos policiais da 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, o maior distribuidor de ecstasy da região. As informações são deO Dia.

"Cheguei a autorizar festas rave só para que pudéssemos dar continuidade às investigações. Numa delas, um policial comprou a droga e filmamos o momento em que Carlão entregava o comprimido. Fizemos tudo com autorização judicial, cercamos de todas as formas para ter provas contra ele", disse o delegado.
Carlão foi seguido por quatro meses por agentes da delegacia da Barra, antes de ser preso ontem à tarde na rua Gilka Machado, no Recreio, quando ia para casa, depois de almoçar na orla da Barra. A polícia encontrou três pés de maconha em sua casa.
O criminoso é acusado de chefiar uma quadrilha que produz a droga em São Paulo e a negocia em festas rave da Barra, Recreio e Vargem Grande, além de eventos na zona sul.
Após quatro meses de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público, com filmagens e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, o bando foi descoberto - outras quatra pessoas fazem parte da estrutura, garantindo exclusividade de vendas em sua área de atuação por meio de agressões e ameaças. "Ele elimina a concorrência através de pancadaria, boicote e até denúncias para a polícia", afirmou o delegado, acrescentando que o acusado age há cerca de quatro anos e tem cinco passagens pela polícia por agressões e ameaças.
Movimento semanal
Segundo Nogueira, o traficante, filho de empresários do ramo de acessórios femininos, vendia pelo menos 800 comprimidos de ecstasy por semana, cada um a R$ 30. Movimentava, assim, cerca de R$ 24 mil a cada sete dias. Apesar disso, gravações revelam que Carlão pedia dinheiro emprestado a amigos e precisava de ajuda para pagar dívidas com atravessadores.
Produtor de eventos de música eletrônica - muitos em sua casa, no Condomínio Serra e Mar -, Carlão também negociava frascos de lança-perfume, de acordo com as investigações.
"Íamos prendê-lo no fim de semana porque ele receberia uma carga de ecstasy. Mas ele desconfiou e planejava fugir para São Paulo. Por isso, antecipamos a prisão e não conseguimos apreender os comprimidos", explicou Nogueira.
Por causa da fama de agressivo do traficante, o delegado mobilizou 18 policiais em cinco viaturas para garantir que não haveria reação do acusado. Todos os passos de Carlão foram seguidos por quatro meses por agentes da delegacia da Barra. "Cheguei a autorizar festas rave só para que pudéssemos dar continuidade às investigações. Numa delas, um policial comprou a droga e filmamos o momento em que Carlão entregava o comprimido. Fizemos tudo com autorização judicial, cercamos de todas as formas para ter provas contra ele".
Tentativa de suborno
A vida de Carlão, até ele ser preso, consistia em alternar festas no circuito rave da Barra e Jacarepaguá com reuniões de amigos em sua casa, no Recreio. Sua presença entre freqüentadores das boates mais caras era tão ostensiva que as gravações dos policiais da 16ª DP mostram Carlão comentando ter sido filmado por um programa de variedades em uma festa. "Foi no Sabbá Show, mas me filmaram de propósito".
Em um dos diálogos gravados, Carlão pede ajuda a um amigo chamado Renan, porque está em uma blitz e não consegue achar os documentos do carro. Quando Renan afirma que os documentos estão "no quebra-vento", Carlão responde. "Beleza, 'tá' tranqüilo aqui, 'tou' com dinheiro aqui, os caras vão me liberar", diz Carlão, sugerindo um suborno a policiais. A gravação não informa a localização.
Em outro trecho, o traficante faz uma denúncia ao 190, da PM, informando que traficantes do Morro do Fogueteiro (Santa Teresa) organizavam uma rave.

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