domingo, 4 de março de 2012

CLIMA TENSO: Revolta de militares e da base aliada contamina Planalto

Além da crise originada pela disputa de grupos do PT pelo controle do Banco do Brasil e do fundo de pensão Previ, a presidente Dilma Rousseff tem de administrar, nos próximos dias, problemas por todos os lados.
Alguns deles muito graves, como a insubordinação por parte de oficiais da reserva, que não reconhecem autoridade no ministro Celso Amorim (Defesa).
O problema com os militares da reserva começou com a divulgação de um manifesto pelo Clube Militar com críticas às ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Proteção à Mulher) por declarações das duas sobre a Lei da Anistia. Dilma determinou a retirada do manifesto dos militares da página do Clube Militar na internet e a punição dos autores do documento. Mas eles não se intimidaram.
O general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva concedeu entrevista publicada na sexta-feira pelo jornal O Globo na qual sugere que a presidente Dilma Rousseff seja convocada a prestar depoimento à Comissão da Verdade. Segundo ele, porque ela pertenceu ao grupo guerrilheiro VAR-Palmares, que seria o responsável pelo carro-bomba que matou o soldado Mario Kozel Filho. Até 2007 o general ocupou postos importantes no Exército, como a Escola de Comando do Estado-Maior da Força, Dilma sancionou o projeto que criou a Comissão da Verdade no dia 18 de novembro.
Ela terá sete integrantes e trabalhará durante dois anos depois de instalada. Poderá tomar depoimentos e fazer investigações, mas não poderá propor a punição a ninguém. Dilma ainda não conseguiu nomear os integrantes da comissão.
Dilma Rousseff enfrenta também problemas na sua base de apoio no Congresso. O PMDB deverá entregar na segunda-feira ao vice-presidente da República, Michel Temer, e ao presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), um documento com quase 50 assinaturas de deputados que acusam o PT de tentar destruir o partido. O PMDB do Senado já fez chegar a Dilma Rousseff o recado de que está descontente pelo fato de o governo não fazer as nomeações de integrantes do partido para cargos em estatais. O partido se recusou a votar a recondução de Bernardo Figueiredo para a presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Na votação do Fundo de Previdência do Servidor Público (Funpresp) a infidelidade foi geral. Nem o PT escapou. Dos 76 deputados do partido que estavam na sessão que aprovou o Funpresp, na quarta-feira, 8 votaram contra a criação do fundo. No PDT o governo levou uma goleada de 22 votos a 2 e no PSB, outro aliado, o placar também foi elástico: 17 a 9. / J.D.

Nenhum comentário:

Postar um comentário