Defensor público diz que informação foi "obra do acaso"; acusado nega participação na morte da magristrada.
O soldado da Polícia Militar Handerson Lents Henriques da Silva, de 27 anos, negou em depoimento à Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que tenha participado do assassinato da juiza Patrícia Acioli, em agosto. Lotado no 12º BPM (Niterói), ele admitiu ter "confirmado" a policiais acusados de envolvimento no crime o endereço da magistrada. Mas argumentou que atendera a uma pedido que considerou "normal". "foi obra do acaso", disse o defensor público Leonardo Rosa Melo da Cunha.
"Ele conhecia um dos policiais e perguntou por que ele buscava aquela informação. O PM respondeu era para dar andamento a um processo administrativo interno aberto contra Poubel por causa da agressão à juíza. O Lents achou isso normal".
Segundo o defensor, a história tinha embasamento. "O cabo Poubel estava lotado no 7º BPM e qualquer investigação de conduta tem início no batalhão de origem do acusado. É preciso a presença de um oficial, e, no caso, o tenente Daniel dos Santos Benitez acompanhava os PMs", disse o defensor. "O soldado Lents se declara inocente", informou Cunha.
O defensor contou ainda que Lents procurou a Defensoria Pública na tarde desta quinta-feira (29), antes de sua prisão temporária ser decretada pela Justiça. "Ele queria prestar depoimento, já que soube que estava sendo cidado. Quando saiu a ordem de prisão ele manteve a intenção de se apresentar, tanto que se apresentou", disse. "E chegando na DH ele entregou sua arma pessoal, um revóver calibre 38, que está devidamente registrado".
Leonardo Cunha acrescentou que Handerson Lents é estudante do 6º período de Direito em uma universidade particular em Niterói, onde mora com o pai. Disse ainda que o soldado já foi lotado no 7º BPM e admitiu que ele responde a um processo criminal na PM, embora tenha declarado desconhecer o motivo. "Ele, no entanto, não tem nenhum registro de auto de resistência (morte em confronto com a polícia)", argumentou Cunha.
O soldado prestou depoimento por cerca de duas horas na Divisão de Homicídio, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e permaneceu na unidade. Ele deve ser levado para a unidade prisional da PM.
Entenda mais sobre a morte da juiza Patrícia Acioli
- Juíza foi assassinada com 21 tiros, diz polícia
- Antes de ser morta, juíza decretou a prisão de oito PMs
- Juíza não solicitou segurança pessoal, diz presidente do TJ-RJ
- PMs premeditaram morte da juíza
- Justiça decreta prisão de três PMs pelo assassinato de juíza
- "Sou inocente", diz ex-comandante acusado de morte de juíza
- Tenente-coronel preso era investigado por juíza, diz delegado
http://ultimosegundo.ig.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário