quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Mulher de William da Rocinha pede análise psiquiátrica de vídeo para provar que marido estava sendo ameaçado


Com a informação veiculada nesta terça-feira (17) em matéria do jornal O Globo, de que o vídeo com a suposta negociação de um fuzil entre o ex-líder comunitário da Rocinha William de Oliveira e o traficante Nem foi editado, a mulher de William decidiu falar, pela primeira vez, sobre a acusação feita contra o marido. Pedindo para ter o nome preservado em função do emprego, a mulher com quem ele é casado há dez anos disse ao EXTRA que espera ainda que uma junta médica psiquiatra faça a interpretação da linguagem corporal de William no vídeo, a fim de comprovar que ele era coagido pelo traficante no dia da reunião, conforme disse nos depoimentos.
-O resultado da perícia confirma que William foi vítima de uma armação. Além dela, tem que ser pedida uma análise por psiquiatras que possam comprovar a inquietação do meu marido no vídeo. Ele não estava numa conversa amigável, como foi dito. O jeito com ele acompanha a contagem do dinheiro, nervoso, como se senta na cadeira, curvado, e os tiques que as imagens registraram levam qualquer pessoa que o conheça a perceber que havia algo estranho ali, um clima pesado – defende ela.
O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e o Laboratório de Perícias, do professor Ricardo Molina, contratado pela defesa do ex-líder da comunidade, constataram que houve edição das imagens divulgadas pela polícia em novembro de 2011. À época, o EXTRA consultou uma outra perita para analisar o mesmo material. Maria do Carmo Coelho, especializada em identificação biométrica (leitura labial, identificação de pessoas pelos padrões de voz e análise de comportamento por gestos e expressões), concluiu que a conversa entre William, Nem e Alexandre Leopoldino Pereira da Silva, o Perninha — ex-vice-presidente da associação de moradores da favela e ex-funcionário da Casa Civil do governo estadual — ocorreu de maneira totalmente informal, com risos e até comentários sobre futebol, e fazia parte, sim, de uma negociação. No dia seguinte à publicação destas informações, há cerca de 40 dias, a Polícia Civil informou que faria uma perícia oficial do vídeo na mesma semana.
O advogado de William, preso desde o dia 12 de dezembro, espera para esta semana a concessão de um dos dois pedidos de habeas corpus feitos à justiça. Para ele, a divulgação do laudo reitera a falta de provas para manter William detido.
Vamos esperar a resposta da justiça, mas já sabemos que esse laudo ajuda a mostrar que um vídeo manipulado não pode servir como prova para condenar alguém – diz Bernardo Kappen.
Para a mulher do ex-líder comunitário, o padrão de vida que ela leva com os três filhos também é um argumento para provar sua desassociação com o tráfico.
- William não era amigo de Nem, apesar de já ter sido chamado pelo tráfico em casa para resolver questões da comunidade. Subia e, quando voltava, muitas vezes nem em falava nada. Para me poupar. Tive muita raiva quando soube do vídeo, por ele não ter me contado, já que somos amigos. Mas hoje o entendo, ele queria proteger a família das ameaças que vinha sofrendo. Se ele vendesse fuzil, teria pelo menos um carro e não moraria numa casa simples.
No facebook do marido ela publicou a seguinte mensagem:
“William mandou um recado. Me pediu que dissesse aos amigos que está bem e aos seus adversários que está melhor ainda...”


Fonte: http://extra.globo.com/casos-de-policia/mulher-de-william-da-rocinha-pede-analise-psiquiatrica-de-video-para-provar-que-marido-estava-sendo-ameacado-3693316.html#ixzz1jy1bhAbL




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